
Pelo menos seis esmeraldas gigantes foram encontradas, nos últimos 20 anos em Pindobaçu — município do norte da Bahia famoso por conta da grande atividade de garimpo. Uma dessas pedras será leiloada no dia 8 de agosto, com lance inicial de R$ 100 milhões.
A peça é uma canga de esmeralda, com abundância de cristais hexagonais do tipo esmeralda, em sua maioria bem preservados. Ela mede 68 cm x 43 cm x 40 cm e foi encontrada na Serra da Carnaíba, entre Pindobaçu e Campo Formoso. A cidade de origem não foi especificada.

Chamada de “Pequena Notável”, a esmeralda ganhou esse nome em homenagem a Carmen Miranda, que tinha o apelido devido a sua baixa estatura. A pedra preciosa tem abundância de cristais do tipo esmeralda.
Segundo a Bid Leilão, responsável pela venda, a pedra preciosa foi adquirida em agosto de 2024 pela firma de um empresário carioca do setor de metalurgia, colecionador e investidor de ativos minerais. Quase um ano após a compra, ele decidiu leiloar a esmeralda. A primeira pedra, achada em 2001, tem 380 kg e foi avaliada em cerca de US$ 1 bilhão — aproximadamente R$ 6 bilhões.
Após ser encontrada na Bahia, a esmeralda foi levada para São Paulo, porém, em 2005 foi enviada a um geólogo da Califórnia. O homem encaminhou a pedra para Nova Orleans, onde permaneceu desaparecida por várias semanas após as inundações provocadas pelo furacão Katrina, em agosto de 2005.
Depois de ser resgatada na água, a esmeralda terminou nas mãos do empresário californiano Larry Biegler, que comunicou seu desaparecimento em 2009.
Uma investigação liderada pelo xerife do condado de Los Angeles localizou a esmeralda em Las Vegas, em posse dos sócios do grupo FM Holding.
A disputa, então, começou em 2009, com a disputa entre garimpeiros, compradores de pedras e sócios do FM Holdings sobre a propriedade da esmeralda. Quando a Justiça estava prestes a chegar a um veredito, em setembro de 2014, o Brasil decidiu reivindicar seu direito ao pedir a dissolução do processo e a posse da esmeralda.
Paralelamente, o Brasil iniciou negociações com o governo americano para que a pedra fosse repatriada. No final de março de 2015, o juiz responsável pelo caso assinalou que o governo brasileiro “não fez nada para mostrar interesse sobre o caso”, e descartou seu direito à esmeralda.
No entanto, após pedido da Justiça do Brasil, os Estados Unidos formalizaram a repatriação da esmeralda, em janeiro deste ano. Ainda não há detalhes de quando a pedra preciosa chegará ao Brasil. A Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou que a pedra ficará exposta no Museu Nacional do Rio de Janeiro. A segunda pedra tem 360 kg foi encontrada em abril de 2017, pela Cooperativa Mineral da Bahia, que tem autorização para explorar a área. Avaliada em R$ 300 milhões, a pedra estava a 200 metros de profundidade. Ela foi vendida a um minerador da região.
Por motivos de segurança, o dono da pedra bruta não quis dar entrevista e nem informou quanto pagou pela esmeralda. Ao g1, o advogado dele informou que o cliente providenciou documentação para legalizar a propriedade da pedra adquirida por ele. A terceira pedra, que pesa 137 kg e possui 60 cm, foi encontrada em julho de 2017. Avaliado em aproximadamente R$ 500 milhões, o minério foi comprado por um empresário do município de Petrolina, em Pernambuco, e um investidor de Curaçá, no norte da Bahia.
O empresário de Petrolina, que preferiu não se identificar, afirmou, em entrevista ao g1, que atua no setor de mineração e disponibiliza patrocínio financeiro aos mineradores e garimpeiros da região. Segundo ele, por esse motivo, teve preferência na aquisição do minério.
O homem disse ainda que adquiriu a peça devido à sua raridade e o destino da esmeralda gigante seria, a princípio, a comercialização no mercado externo.
“A esmeralda chama a atenção por se tratar de uma peça rara, uma das únicas do mundo com peso e tamanho semelhantes. Ela é uma verdadeira obra de arte esculpida pela natureza e com certeza será desejada por colecionadores, museus e universidades”, relatou.
Segundo o advogado dos donos do minério, foram providenciados o certificado de origem e a nota fiscal de compra, assim como todos os trâmites junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e o Fisco, processo para demonstrar a regularidade e legalidade das transações. Outra esmeralda, dessa vez com 404,8 kg, foi encontrada em 2021, na mesma região. Na ocasião, o valor dela não foi divulgado, porém, a estimativa era de que ela fosse avaliada em US$ 990 milhões.
O nome do dono da pedra não foi divulgado. Na época, especialistas definiram a esmeralda como uma “obra de arte da natureza, com relevância geológico, No ano passado, uma pedra de matriz preta com esmeraldas verde foi leiloada por R$ 175 milhões, pela Receita Federal. Com 137 kg, a peça foi encontrada na Mina Carnaíba.
A pedra tem 60 centímetros de altura, 20 centímetros de largura e 20 centímetros de profundidade e foi posta em leilão com valor mínimo de lance de R$ 115 milhões.
Segundo a Receita Federal, apesar de considerado alto, o valor da pedra ainda estava abaixo do que ela vale, conforme aponta o laudo técnico geológico, a partir de uma perícia feita em 2 de agosto de 2022.
O relatório afirma ainda que a precificação da mercadoria não segue os métodos de avaliação de gemas para o mercado de joias e que essa peça apresenta valor comercial para colecionadores, museus e universidades, “dada sua raridade e beleza própria”.
Sexta pedra
Com 92,5 kg, a última pedra encontrada na Serra da Carnaíba, entre as cidades de Pindobaçu e Campo Formoso será leiloada por pelo menos R$ 100 milhões.
A pedra apelidada como “Pequena Notável”, em homenagem a artista Carmen Miranda, foi classificada como uma “canga de esmeraldas, com abundância de cristais hexagonais, em grande parte bem preservados”. Ela mede 68 cm x 43 cm x 40 cm.
Por .G1/Bahia