
Caém, município baiano com cerca de 9 mil habitantes, enfrenta uma situação alarmante na saúde pública: o hospital municipal, que funciona todos os dias da semana, conta com apenas uma profissional habilitada para realizar exames de raio-X — toda a população depende da “boa vontade” dessa pessoa, inclusive fora de sua carga horária oficial.
Na última sessão da Câmara Municipal, o vereador Pablo, líder do governo na Casa, denunciou a precariedade, recebendo apoio dos demais parlamentares. Ele relatou um acidente com duas motocicletas, no qual a médica de plantão só conseguiu solicitar o exame de raio-X — confirmando uma fratura dupla — porque a única técnica disponível deixou a apresentação escolar do filho, na igreja, para atender à urgência.
“Isso não pode acontecer. A profissional precisa ter seu descanso. E quando ela adoecer e não puder trabalhar? Ainda bem que ela tem boa vontade — mesmo fora da carga horária, sempre que chamada, está à disposição.” — Vereador Pablo.
O parlamentar alertou que, quando a técnica não pode prestar atendimento, os pacientes precisam ser levados para Jacobina apenas para fazer o exame — um atraso que pode comprometer vidas. Ele apresentou uma indicação formal ao secretário de Saúde e ao prefeito Arnaldino, cobrando a contratação de mais um profissional.
A reportagem manteve contato com Pablo, que explicou que não se tratava de denúncia formal, mas sim de uma indicação, instrumento legítimo que todo vereador pode utilizar como representante do povo.
Por sua vez, o prefeito Arnaldino também se manifestou. Ele destacou que o caso não deve ser tratado como denúncia, mas como uma indicação feita por um aliado do governo, já que Pablo é líder da base governista na Câmara.
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